Written by: Hans Christian Andersen
Naquela noite disse a lua: “ Eu vi uma menininha chorando, ela chorava pela maldade do mundo. Ela ganhou uma linda boneca! Tão linda! Tão delicada! Tão charmosa! Ela não estava preparada para enfrentar o mundo cruel em que vivemos, mas a menininha também não estava. Que tristeza, dentro de sua própria casa a maldade estava instalada. Seus irmãozinhos pegaram sua boneca e a jogaram para o alto ficando presa em um dos galhos da árvore e fugiram imediatamente. A garotinha não podia chegar perto dela e muito menos ajudá-la e isso a fazia chorar. A boneca chorava também. Ela tinha um braço pendurado entre um galho verde e olhava tristemente. Que grande problema! Ela já havia ouvido comentar sobre problemas que afetam o cotidiano das pessoas, sobre os quais sua mãe já havia falado. Em não longo tempo começaria a escurecer. Ficaria ela sozinha a noite toda na árvore? Não! Isso não seria possível! A menininha não deixaria. Para acalmar a boneca a menininha disse que passaria a noite com ela, mas isso não lhe dava felicidade. Seus pensamentos começaram imediatamente a viajar e algumas imagens vieram a sua mente: pequenos gnomos com seus chapéus compridos sentados aqui e acolá. Ao longe algo mais aparecia; sombras não muito bem definidas que estavam vindo em sua direção. Pouco a pouco elas estavam mais próximas. Tinham as mãos erguidas na direção da árvore onde estava a boneca. Essas sombras eram ameaçadoras e a menininha ficou com muito medo. “será que fiz alguma coisa errada e agora serei castigada?” Nesse momento ela lembrou-se que havia feito algo errado: ela riu de um patinho que trazia um pano vermelho amarrado em sua perna e não conseguia ver-se livre dele por mais que tentasse. O patinho mancava e a menininha achou a cena muito engraçada! Está certo rir de pequenos animais? Deve ser um pecado! Com esse triste pensamento, ela olhou para cima e perguntou para a boneca: “Está lembrada daquele patinho com uma fita vermelha amarrada na perna? Você também riu dele? A boneca não respondeu, mas ela pode vê-la abaixar a cabeça, os olhos, corar o rosto e confirmar a pergunta de sua amiguinha.