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Vigésima quinta noite

Written by: Hans Christian Andersen

A lua disse: “Vou dar a vocês uma ideia do que é Frankfurt‘am Main’”. Chamou minha atenção uma morada. Certamente não era a casa onde nasceu Goethe, também não era a antiga Casa da Câmara. Pelas janelas dessa casa via-se os chifres dos bois que ali foram assados e depois distribuídos ao povo quando os imperadores foram coroados. Era uma casa particular, modesta e pintada de verde, próxima a uma larga avenida chamada “Rua dos Judeus”. Aquela casa era do banqueiro Rothschild. Através da porta pude ver uma escada toda iluminada. Em candelabros de pura prata, velas iluminavam o ambiente. Uma cadeira, como se fosse um pequeno trono, conduzia uma velha senhora. A sua passagem todos se curvavam. O dono da casa estava entre as pessoas presentes. Em sua mão trazia um chapéu, curvou-se e beijou a mão da velha senhora, sua mãe. Sorria para todos, sorria também para os criados, mas seu melhor sorriso era para seu filho. Os homens que a carregavam, continuaram seu trajeto até chegarem a uma rua escura, a uma pequena casa onde a velha senhora morava. Nesse lugar nasceram seus filhos, ali também construíram a fortuna que hoje têm. Ela acreditava que, se um dia saísse dali toda fortuna que tinham acumulado seria perdida. Foi tudo o que a Lua me contou, durante essa curta visita que fez a mim. Fiquei pensando nessa velha senhora: uma única palavra sua seria o bastante para que construíssem para ela uma rica mansão onde desejasse: às margens do Tâmisa, uma villa na Baía de Nápoles. Mas nada a convencia. Estava certa de que se deixasse aquela humilde casa a fortuna construída por seus filhos também os deixaria. Superstição ou não o fato é que a senhora de Rotischild acreditava piamente nela. Se aquela cena fosse perpetuada em um quadro, qualquer um que o visse não pensaria duas vezes em dar–lhe o título “A Mãe”

© Todos os direitos reservados a H.C Andersen Institutte ®

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