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Trigésima segunda noite

Written by: Hans Christian Andersen

O vento soprava forte e gelado. As nuvens corriam pelo firmamento. Vez ou outra a Lua podia ser vista. Num desses breves momentos ela disse o seguinte: “ Lá de cima, olhei para baixo e vi as sombras das nuvens perseguindo umas as outras. Como sempre algo especial chamou minha atenção era um presídio e um carro fechado que se aproximava dele. Dentro desse carro seria colocado um prisioneiro. Ele estava a poucos minutos de ser levado para fora do presidio e para dentro do carro. Meus raios invadiram a janela gradeada e vi o rapaz escrevendo algo na parede, parecia que ele se despedia de algo ou alguém. Na parede começava a ser registrada uma melodia que emergia de seu coração. A porta foi aberta e de lá ele saiu. Seus olhos voltaram-se para mim. As nuvens continuavam sua corrida, assim, ficamos impedidos de nos olharmos. Ele foi para dentro do carro que teve a porta trancada. A batida forte de um chicote disse aos cavalos que eles deveriam partir muito rapidamente e eles entraram a galope floresta a dentro. Não pude acompanha-los. Meus olhos voltaram-se para dentro da cela. Pude ver as notas musicais deixadas pelo preso: como se estivesse dizendo adeus. Onde não há palavras a música se transforma em mensagem. O que meus raios podiam iluminar e eu podia ver eram notas isoladas. Não consegui ver toda sua mensagem musical. Qual seria a música? Uma marcha fúnebre, uma canção alegre? Seu destino seria a morte ou o retorno para sua casa e para aqueles que amava? Infelizmente meus raios não conseguem mostrar a mim tudo que fica registrado pelos mortais em lugares menos imagináveis...”

© Todos os direitos reservados a H.C Andersen Institutte ®

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