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Trigésima primeira noite

Written by: Hans Christian Andersen

“ Em uma pequena cidade ocorreu o fato que vou hoje narrar”, disse a Lua, “quando esse fato ocorreu, precisamente, não tem muita importância. Como sempre, o importante foi que pude assistir a todo o ocorrido. Hoje todos sabem sobre o fato porque os jornais publicaram a notícia, porém, não detalhadamente. Eu posso ser verdadeira e minuciosa relativamente ao ocorrido. Em um pequeno e modesto hotel, jantava um adestrador de ursos. O animal estava do lado de fora, amarrado e atrás de uma pilha de lenha. O urso não parecia muito amigável. Seu nome era Bams. Nunca esse urso machucou alguém. No sótão desse hotel 3 crianças brincavam sob a luz que eu enviava a eles. O menino mais velho estava por volta de seus 6 anos, a menina, não mais que 2 anos. De repente eles escutaram um som estranho com se alguém viesse subindo as escadas para chegar ao sótão: tum, tum, tum ... Quem poderia ser? Quando as crianças olharam para a porta aberta viram a figura gigantesca do urso. O que ninguém sabia é que cansado de não fazer nada e tendo se libertado das cordas que o prendiam resolveu subir ao sótão. A Lua assistia a tudo, disse-me ela. “ As crianças ficaram muito assustadas e tentaram se proteger correndo para um canto do quarto. O urso chegou bem perto deles, cheirou-os, achou-os interessantes, mas nada fez a eles. Um dos meninos disse: - Que cachorro grande! A partir dai as crianças começaram a acarinhar o animal. A pequenina subiu as suas costas, encostou sua cabecinha nos pelos do urso e sentiu-se afagada. O mais velho começou a bater em seu tambor com um ritmo bem cadenciado. Assim que ouviu esse som, o urso ergue-se em suas patas traseiras e começou a dançar. Para mim que a tudo assistia de longe, parecia ser encantador e a brincadeira continuou agora com espadas que cada um sacou a sua e a colocou sobre o ombro. Esse era realmente um grupo de amigos e, como bons soldados, puseram-se a marchar. O garotinho mais velho ia à frente e contava: ” um-dois, um-dois”! Ouvindo o barulho que faziam, a mãe foi ver o que estava acontecendo e viu-se diante dessa cena. A mulher ficou aterrorizada, bem pude ver! Sua cor mudou ficou completamente branca, sua boca abriu-se e ela não conseguia tirar os olhos do que tinha a sua frente. Nessa hora, a caçulinha olhou para ela vibrando de felicidade e disse: -Estamos brincando de soldado, Mamãe! Agora o domador sentiu falta do urso e subiu ao sótão!”

© Todos os direitos reservados a H.C Andersen Institutte ®

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