Written by: Hans Christian Andersen
“Essa noite passei pelo Tirol”, disse a lua, “os compridos pinheiros tiveram suas sombras projetadas nas rochas, com a ajuda de meus raios”.
A lua vê São Cristóvão carregando o Menino Jesus em seus ombros. Essa imagem estava representada em murais enormes que começavam no chão e iam até o teto da casa. Em outro mural via-se São Floriano tentando apagar o fogo que consumia uma das casas. Ao longo da estrada havia uma imagem de Cristo ensanguentado e pendente da Cruz.
Para os dias de hoje elas representam apenas pinturas feitas em tempos passados, para mim, são lembranças de quando elas foram pintadas. Vi cada uma delas transformar-se em uma obra de arte. No alto do morro, um convento de freiras fez ali sua morada. Nesse momento, duas irmãs estavam no alto da torre. Elas tinham uma importante tarefa, fazer tocar o sino. Eram jovens e seus olhares ultrapassavam os limites das montanhas, se estendiam para além, queriam abraçar o mundo. Pela estrada passava uma diligência. O cocheiro tocou sua corneta. Por um pequeno espaço de tempo as freirinhas olharam tristemente para o veículo, de uma delas, a mais nova, rolou pela face uma lágrima.
Quando o som da corneta era apenas um eco, os sinos pararam de tocar, mas o eco das badaladas do sino ainda permaneceu naquele lugar por algum tempo.