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Janeiro

Escrito por: Hans Christian Andersen

UMA CARRUAGEM, DOZE PASSAGEIROS, DOZE ASSENTOS.

Um novo ano anunciava sua chegada.
Naquele momento, apesar de não ser muito comum na Dinamarca a essa época, o céu estava estrelado e limpo. Talvez preparado para receber o Ano Novo. Os fogos começaram a salpicar a cidade de luz e muito barulho com o estouro dos rojões. Era quase meia-noite.
A entrada da cidade parou uma carruagem com seus dozes passageiros. O cocheiro começou tocar uma corneta para anunciar sua chegada e a de seus doze viajantes.
As pessoas na cidade estavam felizes e saudavam o novo ano.
Copos, cálices e brindes eram trocados! A alegria era geral!
Votos de felicidade, saúde, prosperidade, casamentos, alegria, fartura, sucesso eram trocados entre as pessoas. De repente alguém disse:
– Que acabem todas as mentiras e bobagens praticadas nesse mundo, ao que alguém respondeu:
– Isso será muito difícil, impossível melhor dizendo! E ele estava certo.
Os cumprimentos continuaram por um bom tempo e o cocheiro esperava do lado de fora. Junto com ele seus doze passageiros. Quem seriam eles? Vinham com seus passaportes e bagagem, nela presentes para todos da cidade, inclusive para nós. Mas eu continuava intrigado, o que queriam? O que mais além dos presentes traziam com eles?
– Bom dia cumprimentaram em coro o guarda que estava à entrada da cidade.
– Bom dia, respondeu o guarda e não achou estranho o cumprimento porque já passava da meia-noite.
Dito isso foi até ao primeiro passageiro:
– Nome e profissão.
– Leia no passaporte, está tudo lá. Eu sou quem sou.
Que pessoa estranha e prepotente. Trajava um longo casaco de peles, botas de andar na neve era alto e tinha um ar muito ríspido.
– Está curioso sobre mim, não? Pois bem... Em mim as pessoas depositam muitas esperanças. Convido você para dar uma volta comigo amanhã, assim poderemos ver juntos o que promete o Ano Novo. Vou jogar moedas de cobre e prata por aí, pegue algumas para você. Grandes bailes serão organizados: trinta e uma ao todo é o tempo de que disponho. Sou um homem de negócios. Meus navios estão encalhados no gelo, mas meu escritório está sempre quente. Chamo-me Januário e em minhas malas trago muitas contas vencidas.

© Todos os direitos reservados a H.C Andersen Institutte ®

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