O escritor dinamarquês, filho de um pobre sapateiro – Hans Andersen – e de uma lavadeira – Anne Marie Andersdatter, nasceu no dia 2 de abril de 1805 em Odense - DK. Como o próprio Andersen afirmava, sua vida era um conto de fadas e muitos dos acontecimentos que vivenciou marcaram sua vida e sua obra. Hans Christian Andersen nasceu no seio de uma família de origem muito humilde e sua vida foi repleta de fatos trágicos, ele mesmo dizia que suas obras ilustravam sua vida. Seu pai, Hans Andersen, foi o responsável por despertar a vida intelectual de Andersen, proporcionando-lhe, desde a infância, o contato com obras literárias. Hans Andersen, inspirado pela admiração que nutria por Napoleão e desejando ascender socialmente, parte para lutar nas campanhas napoleônicas, mas, sem entrar em combate, retorna com sua saúde física e mental um tanto fragilizada, vindo a falecer em 1816.
Com a morte do pai e com as condições precárias da família, H. C. Andersen viu-se obrigado a trabalhar. O garoto, exímio contador de histórias, fascinava os colegas nas fábricas onde trabalhou. Muitos deles paravam o serviço para ouvi-lo contar narrativas e até mesmo cantar. Essa trajetória de contador de histórias custou-lhe o emprego, tanto na fábrica de panos quanto na de tabaco. O fracasso nos empregos anteriores leva Andersen, já com 14 anos, a decidir-se por seguir a carreira de cantor e ator. Almejando o sucesso, parte para Copenhague, em 1819. Chegando à capital da Dinamarca, tenta, mas sem muito sucesso, a carreira de cantor e dançarino. Persistente, H. C. Andersen procura um diretor de teatro e cantor de ópera que, ao tomar conhecimento de sua trajetória, promete ajudá-lo dando-lhe aulas de canto e dicção. Após seis meses de estudo, o máximo que ele conseguiu fora um papel como figurante e uma vaga na escola de canto. Jonas Collin, membro da comissão do teatro no qual Andersen fazia audições, compadecido pela má-sorte do garoto, torna-se seu tutor e matricula-o na escola de Slagelse - DK. Mas as amarguras do jovem Andersen só viriam a piorar, pois na escola ele sofreu durante cinco anos todo tipo de perseguição do reitor Simon Meisling. Em 1828, Andersen passa a frequentar a universidade e a dedicar-se firmemente à literatura, o que começou a render-lhe frutos. Nesse meio tempo, apaixona-se por Riborg Voigt que, embora correspondesse ao amor de Andersen, já estava comprometida. Sem poder consolidar sua paixão, veio a se interessar pela filha de seu protetor, Louise, mas não foi correspondido. Após a morte de seu tutor, Jonas Collin, Andersen passa a frequentar a casa das famílias Melchior e Henriques. Já doente em 1875, viria a falecer com 70 anos em casa de amigos, em Rolighed - DK.
Durante o percurso de sua vida, o escritor dinamarquês teve uma vasta produção literária que, embora reconhecida mundialmente, não chegou a ser disseminada no Brasil, com exceção de uns poucos contos. Toda sua obra literária foi fortemente influenciada pelos ideais artísticos da época, o Romantismo. Elas apresentam personagens marginalizadas, humilhadas, expostas às dificuldades da época, reproduzindo a sociedade e, segundo o próprio autor, sua própria vivência. A temática do amor e da amizade são constantes em seus contos, e em alguns deles, prevalecem, como é o caso de seus livros Polegarzinha, A rainha da neve, A princesa e a ervilha. Há também contos com um tom triste, dramático, beirando o trágico; nesses contos o autor apresenta personagens que enfrentam verdadeiras provações e dificuldades, como pode ser constatado nos contos Valente soldadinho de chumbo e A pequena vendedora de fósforos, por exemplo. Outras vezes, o autor prepara um final moralizante, que ocorre em O guardador de porcos, A roupa nova do imperador e A corrida dos animais. Mas, frequentemente, suas obras retomam temáticas como pobreza, abandono, dificuldades, humilhação, injustiças sociais e o egoísmo. Exemplos máximo dessas características são os contos A pequena vendedora de fósforos e O patinho feio.
No final de 1872, Andersen ficou gravemente ferido ao cair da sua própria cama, e permaneceu com a saúde abalada até 4 de agosto de 1875, quando faleceu, em Copenhague, onde foi enterrado. Devido sua importância para a literatura infantil, o dia 2 de abril - data de seu nascimento - é comemorado o Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil. A medalha Hans Christian Andersen é entregue anualmente aos melhores escritores desse gênero. No Brasil, a primeira escritora a receber a premiação foi Lygia Bojunga.